domingo, 8 de janeiro de 2012

Tendências para 2012 e os próximos anos na Indústria de Cruzeiros

1. Navios passarão mais tempo nos portos e também mais tempo navegando. 
Uma tendência que já vêm ocorrendo em algumas companhias Premium como a Azamara, a Silversea e a Crystal Cruises. Durante seu cruzeiro de volta ao mundo, de 2014, o Crystal Serenity visitará 32 portos em 19 diferentes países, e incluirá 17 pernoites em portos, dando a oportunidade aos passageiros de conhecer melhor o porto visitado. Fato bem semelhante acontecerá no cruzeiro de volta ao mundo do Silver Whisper que terá 9 pernoites em portos como o Tahiti, Cochin, Singapore e Cape Town. Devido ao maior tempo em cada porto, e a diminuição da velocidade entre cada porto, menos combustível será consumido, e cruzeiros rápidos, que passam por vários países, serão menos comuns. No final, menos portos serão explorados, mas haverá mais tempo neles.

Com o preço do combustível crescendo cada vez mais, as companhias tentarão fazer com que seus navios cubram rotas pequenas, em mais tempo, visando economizar dinheiro com combustível, e também o lucro de bordo. Com o navio em navegação, lojas, casinos, bares e cafeterias abrem suas portas, o que leva os passageiros a gastar mais dinheiro a bordo do que nos dias em que o navio está atracado. Isso significa que viagens tradicionais, de 7 noites, que costumam ter 5 ou 4 escalas passarão a ter 3 ou 4 no máximo, e mais dias de navegação entre os portos remanescentes.


2. A tendência de cruzeiros com vários portos de embarque continuará em alta. 
A prática de embarcar em mais de um porto durante uma mesma viagem já é muito utilizada pelas companhias europeias como a MSC e a Costa, em roteiros no Brasil por exemplo, essa última costuma fazer embarques em Santos, Salvador e Rio de Janeiro em um mesmo cruzeiro de 7 noites. Porém, a idéia, é que a prática deverá se expandir para novos mercados, e para as companhias norte-americanas, que ainda não a utilizam.

A pioneira entre essas, é a Royal Caribbean que na próxima temporada realizará embarques com seu Liberty of the Seas em Marselha, Toloun e Barcelona. A tendência porém, é que essa prática possa se expandir para o Caribe, principalmente com o embarque múltiplo em portos do sul da Flórida, o que permitiria mais facilidade em vender as viagens, e cobrir vários porto base sem necessariamente aumentar a oferta na região, em especial, em tempos de crise.


3. Grécia crescerá nos cruzeiros, e Cuba voltará a cena.
Uma possível saída da Grécia da zona do Euro poderá tornar os portos gregos ainda mais competitivos do que são atualmente, isso porque os gastos das companhias nesses portos tenderam a baixar com uma diferente moeda. A queda de restrições a navegação de cabotagem também é algo que ajuda o país, dando a chance de o país crescer novamente na indústria de cruzeiros, prova é o interesse da Royal Caribbean em oferecer ajudas na melhoria da infraestrutura do país.

Cuba, que devido ao embargo norte-americano ao país a mais de 50 anos, não pode receber navios de cruzeiro de companhias dos EUA, poderá voltar a ser escala de algumas companhias desse país. Sim, os Estados Unidos estão aos poucos extinguindo o embargo, e no momento, já estão disponíveis vôos comerciais desde os principais aeroportos americanos para o País de Fidel. Portanto, é provável que em alguns anos, roteiros no Caribe iniciados no sul da Flórida possam incluir escalas em Cuba.


4. Novos navios serão movidos a gás, e haverão mais navios com shore-power.
 Por conta do aumento das áreas de controle de emissão de gás, em especial na América do Norte, o preço dos combustíveis subirá substancialmente, principalmente a partir de 2015, ao passo de que os navios serão obrigados a queimar um combustível mais leve e mais caro para reduzir as emissões de gás. Navios movidos a Gás Natural praticamente não emitem gases nocivos, e se antecipando a tendência, a Viking Line já encomendou um ferry que atualmente está em construção no estaleiro STX Finland, e terá todos os seus sistemas movido pelo combustível. Como a história sempre se repete, é esperado que esse novo ferry, possa ser algo como os gêmeos Silja Symphony e Silja Serenade, que foram inspiração e primeiros a possuir a Promenade interna, que mais recentemente apareceu a bordo do Oasis of the Seas.


Uma tendência iniciada em 2001 com a Princess Cruises deverá se tornar mais comum nos próximos anos, a do shore power. A idéia consiste em "ligar o navio em uma tomada", enquanto este estiver no porto, assim, toda a energia necessária a bordo viria de uma fonte teoricamente limpa, e renovável, sem a necessidade da queima de combustível no navio. Vários portos da Costa Oeste dos EUA já possuem o serviço, e esse deverá se estender a alguns portos da Costa Leste também, começando pelo porto de Nova York que anunciou um investimento de 15 milhões de dólares nos equipamentos necessários. O principal empecilho nesse caso, é que os navios não foram construídos para funcionar assim, e cada um deles precisa passar por adaptações para poder se beneficiar do serviço. Alguns navios da Princess, e o Queen Mary 2 já foram adaptados, e a tendência é que mais sigam o mesmo caminho, enquanto portos da Europa também deverão se equipar com o shore power.


5. Haverão menos fly-cruises e mais navios de médio porte serão construídos.
Após os atentados de 11 de Setembro, os aeroportos mundias mudaram muito, se adaptando a novas e rígidas medidas de segurança que se tornam até mesmo cada vez mais desagradáveis. Muitas vezes, por isso, as pessoas tem evitado viajar de avião, e preferido destinos mais próximos, que sejam acessíveis de carro ou trem. Essa tendência se reflete nos cruzeiros também: com cada vez mais portos para cruzeiros sendo construídos, se tornarão menos comuns os fly-cruises, muito difundidos na Europa e Estados Unidos, e os passageiros em geral poderão buscar cruzeiros com embarque em cidades próximas a suas cidades de origem, sem a necessidade de locomoção aérea.

A encomenda de dois navios de médio porte pela Viking River Cruises no mês passado deve ser seguida por outras da mesma natureza. As próximas na fila poderão ser a Regent Seven Seas, que vêm estudando um novo navio há alguns anos, ou mesmo a Crystal Cruises, enquanto a Hapag-Lloyd já constrói seu Europa 2, e rumores sobre a SAGA e a Fred.Olsen crescem no Reino Unido. O fato é que para as companhias e para os passageiros os cruzeiros com tudo incluído, nesses navios médios e luxuosos vêm sendo interessante e dando lucro as companhias, que agora pretendem expandir seus negócios. Imagens (©) Copyright Daniel Capella, Royal Caribbean e Cruise Industry News.Texto (©) Copyright Daniel Capella, adaptado de Kevin Griffin em cybercruises.com.

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