domingo, 27 de fevereiro de 2011

Marinha do Tejo

O Tejo é diariamente sulcado por várias embarcações que dentro das suas classificações pertencem a determinados tipos de marinha, quer sejam marinhas mercantes, de guerra, ou de recreio. Contudo este rio acolhe também a base da Marinha de Guerra Portuguesa, situada no Alfeite, Almada e possui a sua própria Marinha, a Marinha do Tejo. Mas qual a origem desta Marinha? Ora veja o seguinte vídeo e fique a conhecer a origem desta Marinha. O vídeo foi gravado na Nauticampo a 16 de Fevereiro de 2008,  É proferido pelo Professor Fernando Carvalho Rodrigues, do Centro Náutico Moitense.


A actual Marinha do Tejo surgiu da necessidade de preservar o legado cultural destas embarcações típicas do rio Tejo. Assim sendo o Despacho 15988/2008 de 20 de Maio do Senhor Secretário de Estado da Defesa Nacional e Assuntos do Mar (SEDNAM) - Dr. João Mira Gomes , abriu o caminho à institucionalização da «Marinha do Tejo». Através deste link pode ter acesso aos documentos oficiais da criação da Marinha do Tejo.
Esta Marinha constituída por cerca de 60 embarcações, das quais cerca de metade são canoas tradicionais do rio Tejo e a outra metade Catraios. Algumas são de construção típica, relativamente recente(2009), sendo que outras possuem muitas milhas náuticas navegadas assim como longe já lá vai o seu ano de construção, ultrapassando um século de vida, tornando-as assim as embarcações mais antigas que navegam no rio Tejo, nos nossos dias. Estas embarcações foram durante muitos anos utilizadas em diversas actividades diárias no rio, nomeadamente pesca e transporte de mercadorias e pessoas. 
Nesta última tarefa, foram ganhos significativos aperfeiçoamentos na construção naval das mesmas, uma vez que os respectivos cascos e velas foram adaptados às condições de navegabilidade do rio. As travessias normalmente efectuadas entre a margem Sul do rio Tejo e Lisboa eram disputadas segundo se conta, pelas canoas mais velozes na travessia do rio. Estas conseguiam o ganho de mais passageiros e efectuavam mais viagens num só dia, o que permitia ao seu arrás conseguir mais lucros de exploração da mesma.  Longe ainda estavam os dias da actual empresa pública de transporte fluvial no rio Tejo, a Transtejo.
Aqui pode consultar alguns documentos da Marinha do Tejo, nomeadamente a lista de embarcações que constituem a mesma, assim como dezenas de fotos das actividades realizadas pela mesma. Actualmente estas embarcações para pertencerem à Marinha do Tejo, têm de obedecer aos regulamentos da mesma, que obrigam à preservação da identidade das canoas, não permitindo por exemplo a introdução de réplicas destas embarcações com materiais novos, como o caso de cascos em fibras de vidro, por exemplo. 
As velas terão de ser em pano e os cascos devem apresentar pinturas típicas, entre demais características técnicas que deverão ser consultadas junto da Marinha do Tejo, através do site da Associação Náutica da Marina do Parque das Nações, no espaço da Marinha do Tejo: http://www.anmpn.pt/.
Esta Marinha encontra-se aberta a toda a população que dela queira fazer parte e através dela desfrutar um pouco do rio Tejo, num passeio de canoa típica deste rio. Sendo assim a Marinha do Tejo disponibiliza um calendário anual de eventos que pode ser consultado AQUI e no qual para participar deve contactar a mesma previamente.
O blogue Sergio@Cruises teve o prazer de conhecer esta Marinha, a sua história e navegar numa canoa típica do rio Tejo, sob a bandeira do Atlântico Azul, a bandeira que representa a esfera armilar Portuguesa, sob um fundo azul. Este representa a união dos cinco oceanos, em apenas um. Os cinco oceanos sulcados pelos Portugueses, que mostraram ao Mundo que podem tornar-se apenas num só. Unindo assim o Mundo através do mar e abrindo assim novos caminhos ao Mundo.




O blogue Sergio@Cruises agradece ao senhor Paulo Andrade, presidente da Direcção da ANMPN e a toda a tripulação da canoa QUIM ZÉ a experiência que nos proporcionaram e deseja que bons ventos continuem a fazer com que as velas típicas destas canoas, continuem se abrindo e os seus cascos sulcando o rio Tejo e o encham de cor fazendo dele um rio mais movimentado e mais aprazível para toda a população.
Texto e fotos, copyright: Ricardo Martins e Rui Agostinho, Lisboa.

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