segunda-feira, 9 de março de 2009

Vintage Ships
Aleksandr Pushkin-Marco Polo

Em prosseguimento das duas últimas semanas hoje apresentamos o navio Aleksandr Pushkin, o mais bem sucedido dos 5 irmãos Soviéticos. Foi o segundo da série a ser construído pelo estaleiro VEB Mathias Thesen, em Wismar. Possui características idênticas aos navios da sua série. Lançado à água a 26 de Março de 1964 para a Baltic Shipping Company, efectuou a sua primeira viagem a 13 de Abril de 1966, com partida de Liningrad e destino a Montreal, no Canadá. Um serviço regular de passageiros que efectuou de forma regular entre Abril e Outubro de vários anos consecutivos. Nos meses de Verão efectuava cruzeiros, a alguns destinos como Cuba. Em 1975, a par do seu irmão Ivan Franco, foi remodelado e convertido em navio de cruzeiros, contudo devido ao regime Comunista sob o qual possuía bandeira, estava fragmentado em classes, possuindo a primeira classe capacidade para acolher 166 passageiros e na classe turística acomodava 650 passageiros. Presume-se que foi também nesta reconversão que foi construída uma discoteca a bordo, passando a ser o primeiro navio Soviético com uma discoteca a bordo. Em 1989, os navios Soviéticos foram proibidos de entrar em portos Americanos, como este era o mercado onde operava, teve que escolher outros destinos para os seus cruzeiros, tais como a Europa, Austrália e o Médio Oriente.
Em 1981, após uma grande remodelação foi fretado pela Transocean Tours, operando maioritariamente para o mercado Alemão. Em 1985 o seu dono transferiu-o para o Oriente para a Far Eastern Shipping Company, onde navegou durante 5 anos nas águas do Oceano Pacífico. Neste período chegou a afectuar cruzeiros até à Austrália, para a CTC Lines, com passageiros Europeus. A CTC Lines era uma empresa Soviética mas baseada no Reino Unido desde 1966. Em 1990 o Aleksandr Pushkin, viu-se forçado a ficar parado em Singapura. Ali permaneceu durante um ano, até que foi comprado pela Orient Lines. É nesta fase que foi renomeado com o nome pelo qual a maior parte de nós o conhece, Marco Polo. Logo de seguida foi para os estaleiros Neorian na ilha Grega de Syros. Mais tarde após a conclusão das obras neste, foi novamente para outro estaleiro Grego, o Avlis em Perama, próximo do porto do Piréu. Ali permaneceu durante dois anos e meio numa conversão de $60m, onde a superstrutura foi prolongada, e viu a sua tonelagem crescer para 20500t, a sua chaminé também ficou maior, consequentemente a sua altura também. Foram adicionados quatros geradores a diesel, estabilizadores de balanço, sistemas de tratamento de lixo, sistemas de segurança, o heliporto também foi instalado nesta reconversão tendo em vista os seus cruzeiros na Antártida, todo o seu interior foi praticamente construído de novo. Esta reconversão foi tão cara como a construção de um novo navio. A 16 de Outubro de 1993, o Marco Polo saiu do Piréu, em viagem inaugural com destino à Índia, via canal do Suez. Após esta viagem efectuou mais dois cruzeiros no Oceano Índico e depois rumou aos mares gelados da Antártida, região que lhe é muito familiar. Operou regularmente nesta zona devido à construção do seu casco estar preparada para navegação em mares gelados. O facto de operar sob a bandeira das Bahamas, causou por diversas vezes, conflitos com as autoridades Gregas, chegando mesmo a 11 de Maio de 1996, ser proibido de entrar no porto do Piréu. Após este incidente viu-se forçado a terminar o cruzeiro no porto próximo de Nafplion onde os passageiros foram desembarcados nas lanchas do navio. Mesmo assim não escapou de ser acusado de infracção às leis de cabotagem do País, algumas semanas mais tarde. Após este incidente a Orient Lines anunciou que o navio ia operar no Verão seguinte (1997) no Mediterrâneo Ocidental. A Orient Lines conseguiu manter-se independente até 23 de Julho de 1998, quando foi adquirida pela Norwegian Cruise Line, após alguma instabilidade financeira. A 16 de Fevereiro de 2003 o Marco Polo sofreu um acidente num cruzeiro pela Antártida, na ilha de Livingston. Foi arrastado pelo vento quando estava a fundear. Resultou três fendas no casco, que foram remediadas em Ushuaia, Argentina e mais tarde reparadas em Valparaíso no Chile. Em 2004 perdeu o seu mano mais resistente o Taras Shevchenko, e ficou sendo o último navio restante desta série de cinco navios. A Norwegian Cruise Line manteve a posse do navio até 2008, contudo anunciou a sua venda em 2007. Foi adquirido pela Global Maritime, empresa Grega que o fretou novamente à Transocean Tours. Lisboa assistiu ao final da Orient Lines, visto que as cores da companhia foram removidas da chaminé do navio no último ano, neste porto. O navio permaneceu atracado no cais da Rocha Conde de Óbidos desde 22 de Março de 2008 até 13 de Abril de 2008, neste mudança de operador. Também o logótipo do novo operador foi colocado cá e mencionado na altura neste blog. A Transocean Tours prevê manter a operação com o navio até 2012, recentemente anunciou uma remodelação no navio que irá iniciar-se já esta semana. Serão instalados novos geradores, cozinhas, remodelação de espaços públicos e camarotes. Hoje o navio deverá chegar à Alemanha ao estaleiro de Bremerhaven onde irão decorrer as obras. Está a efectuar uma viagem desde Lisboa, de onde partiu na última sexta-feira pela manhã numa viagem sem passageiros, após ter terminado cá o cruzeiro transatlântico com escalas em Ponta Delgada e Funchal. Certamente que é uma lufada de ar fresco para este elegante navio e verdadeiro sobrevivente. Um verdadeiro Vintage ship o Marco Polo.

Texto: Ricardo Martins, Lisboa.
Fonte: Ships Monthly
Fotos, copyright: Ricardo Martins, Lisboa e Sérgio Ferreira, Funchal.
Postais oficiais da Orient Lines e Black Sea Shipping.

1 comentário:

Unknown disse...

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