Vamos recordar a exposição que aconteceu no Museu Elder de Ciência e Tecnologia, na cidade de Las Palmas, onde foi apresentado a maior colecção do naufrágio do navio espanhol 'Valbanera', com dezenas de testemunhos e materiais inéditos atravès das Associações Cultural Salsipuedes e Canária de Colecionistas Maritimos.
Um museu que desta vez mostrou em exposição o que aconteceu na última viagem do navio a vapor Valbanera, cujo naufrágio foi o maior desastre naval espanhol em tempos de paz, com 488 pessoas a bordo e se tornou um episódio simbólico da emigração das Canárias.
O vapor Valbanera , era um navio espanhol pertencente à companhia de navegação Pinillos Izquierdo y Compañía, que no verão de 1919 deveria transportar centenas de emigrantes das Ilhas Canárias e outros de várias regiões Espanholas para Porto Rico e Cuba.
Foi um privilégio ter visitado esta exposição em Novembro de 2019, a convite do historiador e escritor naval Juan Carlos Diaz Lorenzo, também recebeu agradecimento sobre este trabalho em exposição.
O naufrágio do vapor Valbanera significa um ponto histórico da emigração das Canárias para mostrar uma época dura, que os ilhéus procuravam de viver e sobriviver, muitos tomaram uma decisão de deixar suas terras em busca de um futuro melhor, como idêntico aconteceu na Madeira e embarcavam nos navios para as Américas.
O trágico episódio do vapor "Valbanera" ocorreu na noite de 9 a 10 de setembro de 1919, depois de não poder entrar em Havana, na ilha de Cuba, devido a um ciclone, o navio saiu para o mar aberto, afundando nas águas do estreito em Key West na Flórida, nos Estados Unidos com 488 pessoas a bordo.
Sendo o maior desastre marítimo espanhol, sem ser em guerra até hoje, em 2019, esta exposição veio comemorar um século depois, a história do naufrágio "Valbanera", que envolveu trabalhos de pesquisa minucioso e um resgate de peças e artefactos esquecidos, reunindo dezenas de parentes descendentes dos passageiros a vapor.
A exposição conta um pouco do que aconteceu na última viagem do vapor "Valbanera", com documentos e materiais, que reflectem as histórias dessas famílias, tripulantes, emigrantes e clandestinos, que estavam a bordo, histórias, a grande maioria das quais são filhos e netos, cujos pais e avós estavam a bordo do navio.
Quanto aos materiais não publicados, a amostra possui um parafuso e uma vigia que foram resgatados nos únicos dois mergulhos e com baús, brinquedos, vestidos e documentos, que chegaram do vapor "Valbanera" em Gran Canaria.
A descrição do barco, as condições da viagem, a jornada e o mistério do naufrágio completam a galeria, para destacar sua importância e comemorar um centenário no Elder Museum Foundation.
Em 9 de agosto de 1919, a Inspeção de Navios concedeu o aval para que o vapor deixasse o porto de Barcelona, com 98 passageiros a bordo, chegando o vapor Valbanera a 11 de Agosto, a Valência, embarcou mais 121 passageiros e o navio rumou a Málaga com chegada no dia 13, que desembarcou um casal e uma senhora e embarcou 34 passageiros.
Nesse mesmo dia, o vapor partiu com destino a Cádiz, onde embarcou mais 76 pessoas com próxima paragem nas Ilhas Canárias, com um total de 326 passageiros a bordo, chegando no 17 Abril, no Puerto de La Luz, em Las Palmas de Gran Canaria, onde embarcaram 243 passageiros.
Rumou a Santa Cruz de Tenerife, numa escala de três dias, onde a esposa do capitão abandonou o navio e embarcou 212 pessoas e depois rumou a Santa Cruz de La Palma.
Depois de dez dias navegando no Atlântico, o vapor Valbanera terminou a viagem transatlântica no porto de San Juan, em Porto Rico, quando a indústria açucareira estava em expansão e depois ruma a ilha de Cuba.
Perto 500 passageiros ficaram em Santiago de Cuba, em 7 de setembro de 1919, enquanto o vapor "Valbanera", ainda estava ancorado, quando o Observatório Nacional de Cuba comunica um ciclone detectado nas Caraíbas, partiu de Santiago, com destino a Havana com 488 passageiros e não chegou ao porto de destino, ficando afundado a pouca profundidade, perto de Key West.
Alguns dias depois, uma declaração da companhia de navegação Pinillos Izquierdo y Compañía acabou com as esperanças das famílias das vítimas.
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