terça-feira, 27 de outubro de 2009

O Tejo viu partir mais um navio ...Saga Rose.

Hoje o rio Tejo viu partir mais um navio, cujo regresso já não é mais esperado. Tratou-se do Saga Rose, navio que é vítima do regulamento SOLAS 2010. Com procedência de Gibraltar, entrou no Tejo pelas 8 horas e largou o cais da Rocha, onde ficou atracado pelas 18horas, sendo escoltado por rebocadores com jactos de água. Este navio visitou Lisboa pela primeira vez no dia 6 de Maio de 1969, quatro anos depois de ter sido inaugurado e de ter levado os estaleiros Société Nouvelle dês Forges et Chantiers de la Méditerranée, à falência devido à sua dispendiosa construção. Já lá vão mais de 40 anos. À data da primeira visita ao Tejo, estava ao serviço da Norwegian America Line, empresa para a qual foi construído e permaneceu até 1983, quando a Cunard adquiriu esta empresa, mantendo o navio no entanto a navegar com o mesmo nome de construção, Sagafjord. O Sagafjord à data da passagem para a Cunard, já tinha sofrido uma remodelação, em 1980, que o transformou de navio misto transatlântico-cruzeiros, em navio apenas dedicado a cruzeiros.
Em 1996 a Cunard fretou o navio por seis meses à Transocean Tours, e este passou a operar com o nome MS Gripsholm, talvez naquela que foi a pior fase da vida do navio, pois além de curto, o fretamento, o navio chegou ainda a sofrer um incêndio. Já em 1997, é adquirido pelo grupo britânico SAGA Holidays e quem recebeu o seu leme foi o comandante David Warden-Owen. Actualmente é comandado por Alistair McLundie, que desde 9 de Outubro de 1997 trabalha no navio, mas apenas desde 24 de Junho de 2000, assumiu o comando do mesmo.
Após sair de Lisboa o Saga Rose dirige-se para Southampton onde irá iniciar o seu cruzeiro de despedida, com a duração de 37 noites pelo mar Mediterrâneo. Nesta viagem efectua a despedida do seu irmão Saga Ruby, em Vigo no dia 1 de Novembro, onde os passageiros de ambos os navios poderão circular livremente entre ambos os navios e haverá uma celebração da despedida ao Saga Rose.
Para despedir-se do Saga Rose, poderá aproveitar a visita ao mesmo, num excelente percurso virtual disponível AQUI http://www.streamcity.co.uk/clients/saga/rose_dev/interface2.swf
Certamente que o Saga Rose deixará muitas saudades aos entusiastas de navios, um pouco por todo o Mundo, visto ser este um dos últimos navios ainda possuidores de linhas clássicas e não adaptado ao turismo de massas. Onde ainda era possível conhecer os elementos da tripulação e fazer amizades com os mesmos, relações de proximidade entre tripulação e passageiros que ditaram o regresso de muitos, várias vezes. Com apenas 188,88 m de comprimento, 24,49 m de largura e 8,25m de calado, efectuou 44 cruzeiros de volta ao Mundo, inscrevendo assim o seu nome no livro de recordes, Guiness Book e destronando outros navios mais conhecidos. Cada viagem de volta ao Mundo efectuada por este navio teve aproximadamente 32 500 milhas náuticas.
O Saga Rose, será substituído pelo navio Saga Pearl II, em 2010, e por agora o seu futuro ainda é incerto havendo no entanto a vontade de o transformar em navio hotel em Southampton, (veja aqui) http://sergiocruises.blogspot.com/2009/08/saga-rose-mais-perto-de-ser-hotel.html. Também de visita à capital portuguesa, encontra-se atracados o MSC Melody, Seadream I e o Club Med 2.Texto, copyright: Ricardo Martins, Lisboa.
Imagens: Postais oficiais das companhias Norwegian América Line e Transocean Tours, colecção Sérgio Ferreira. Croqui, Saga Holidays.

Fotos, copyright: Luis Miguel Correia (Sagafjord), e Ricardo Martins, Lisboa

2 comentários:

LUIS MIGUEL CORREIA disse...

Olá caros amigos entusiastas, atenção que a foto do SAGAFJORD no cais da Rocha em 1975 não é da APL mas sim do LMC do costume. É uma das minhas fotografias do primeiro ano em que fotografei a sério, a partir de Fevereiro de 1975.... Um abraço e continuação de exitos vários...

LMC

BLOG DOS NAVIOS E DO MAR

barconauta_ disse...

Correcção efectuada! Obrigado pela chamada de atenção, só que como a fonte foi o site da APL e a mesma não possuia identificação sobre o autor, parte-se do princípio que pertence a quem a possui exposta. Contudo verdade seja dita, era de estranhar ;-)