terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

Movimento no Porto do Caniçal com estreia do ILHA DA MADEIRA

Hoje o Porto do Caniçal nas escalas semanais dos cargueiros recebeu a estreia do novo navio ILHA DA MADEIRA (ex. RS MISTRAL), em regime de fretamento da companhia Transinsular, com a sua chegada ontem a noite. 
Também ontem pela manhã chegou o navio Funchalense 5 da companhia GS Lines, na sua semanal escala no Porto do Caniçal.Text and images copyrights, Texto e imagens com direitos reservados; Sergio Ferreira-Funchal.


 

2 comentários:

Anónimo disse...

De acordo com informações veiculadas pela imprensa, o 'novo' «Ilha da Madeira» não terá sido fretado mas antes adquirido pela Transinsular, representando «um dos maiores investimentos feitos pela empresa desde há cinco anos, altura em que renovou a sua frota de contentores». A corroborar este dado, está o facto se ser indicado que o navio é operado por uma tripulação inteiramente portuguesa.

O «Ilha da Madeira» é gémeo do «Funchalense 5», partilhando caraterísticas do projeto 'Cassens CW700', desenvolvido pelos estaleiros Cassens Werft, na Alemanha.

Duas caraterísticas distintas nos dois navios são as máquinas - o «Ilha da Madeira» vem equipado com uma MaK 8M551 de 6.000 kW e o «Funchalense 5» com uma MaK 8M43C de 7.200 kW -, e as gruas, ligeiramente diferentes nos detalhes. Paralelamente, também são indicadas capacidades de transporte de contentores e valores de velocidade máxima ligeiramente diferentes entre ambas as unidades.

Seria bom que o navio fosse rapidamente pintado com as cores da Transinsular para lhe imprimir um aspeto mais digno, até porque se trata de uma unidade muito interessante, que o merece. Que preste muitos e bons serviços, à empresa e ao país.

Anónimo disse...

Com uma Marinha Mercante decrépita como é a nossa, a aquisição de qualquer nova unidade é sempre motivo de grande regozijo. A vinda do «Ilha da Madeira» é um sinal positivo dado pela Transinsular que, deste modo, aposta na aquisição de mais um navio, num momento em que o fretamento se tornou bastante mais cómodo e comum. É certo que se trata de um navio já muito rodado, no entanto trata-se ainda de uma unidade construída na Alemanha o que, à partida, é um bom presságio em termos qualitativos.

Apesar do esquema cromático pouco feliz que o «Ilha da Madeira» herda do seu anterior armador, há um pormenor que espero que a Transinsular mantenha quando mandar pintar o navio com as suas cores, que é a pintura dos castelos da proa e da popa a branco. Este elegante detalhe é uma caraterística relevante no «Monte Brasil» e no «Monte da Guia» e seria bom que a Companhia o partilhasse com o «Ilha da Madeira» e com os restantes navios da sua frota, quanto mais não seja como elemento diferenciador face aos porta-contentores da GS Lines. O mesmo é válido para a chaminé, que merece receber o mesmo tratamento que foi dado à dos «Montes», isto é, faixas pretas superior e inferior e listas azuis em torno do logótipo. Recorde-se que, por exemplo, no «São Jorge», a empresa não teve o cuidado de mandar pintar as faixas pretas nos extremos das chaminés, e as listas azuis, embora presentes, não as circundam em todo o seu perímetro, o que é uma pena. O navio ficaria com uma outra classe, casos estes pormenores tivessem sido atendidos. Este género de detalhes são, na minha opinião, reveladores de gosto e brio [ou falta deles] e mereciam um outro cuidado por quem de direito.

Mas esta falta de cuidado também é válida para a GS Lines, que optou por uma tonalidade para os seus cascos muito próxima da Transinsular – o que é paradigmático de pouca imaginação e pouca vontade de querer afirmar a sua própria identidade -, com a agravante de ter, nas suas chaminés, um logótipo de desenho muito pouco inspirado, pelo menos para a minha sensibilidade.

Certamente que as Companhias são as primeiras interessadas num maior cuidado na apresentação dos seus navios e numa melhor preservação da sua identidade própria, por isso tenho esperança que ambas façam caminho nesta área. Já que quase não temos Marinha Mercante, ao menos que a que temos seja dignificada e acarinhada como merece.